Welcome to Lucid Dreams!

É possível viver a dois com alguém cuja coleção de discos, filmes ou livros é incompatível com a sua? As pessoas podem ter um gosto sofrível e ainda assim merecer que as conheçamos? As canções e os filmes e as histórias sobre dores-de-cotovelo, sofrimento e solidão estragam nossas vidas, se consumirmos em excesso? Aqui você conhecerá um pouco sobre o amor platônico no mundo da música, da poesia, e do cinema. Amores não correspondidos, desilusões amorosas e o escambal, nas palavras de artistas famosos que conquistam os nossos ouvidos a cada dia.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Introdução

O que veio primeiro, a música ou a dor? Eu ouvia a música porque estava infeliz? Ou estava infeliz porque ouvia a música? Esses discos todos transformam você numa pessoa melancólica? As pessoas se preocupam com o fato das crianças brincarem com armas e dos adolescentes assistirem a filmes violentos; temos medo de que assimilem um certo tipo de culto à violência. Ninguém se preocupa com o fato das crianças ouvirem milhares – literalmente milhares – de canções sobre amores perdidos e rejeição e dor e infelicidade e perda. As pessoas afetivamente mais infelizes que conheço são as que mais gostam de música pop; e não sei se foi a música pop que causou tal infelicidade, mas sei que elas vêm ouvindo as canções tristes há mais tempo do que vêm vivendo suas vidas infelizes.

O amor é algo lindo, certo? Apaixonar-se é muito bom, é um dos motivos que fazem nossa vida ter sentido, certo? Encontrar a pessoa perfeita, aquela que te completa, aquela que você tem certeza que foi feita especialmente para você, é gratificante, certo?

Mas o que acontece quando você encontra a pessoa ideal, mas você não é a pessoa ideal para ela? Que mistérios se encontram escondidos nesse processo onde o cupido acerta sua flecha em apenas um dos envolvidos e esquece-se de acertar o outro, o alvo mais importante, o objeto de nossa paixão, a Anna Julia do Los Hermanos?

Um exemplo claro de que a música pode sim afetar nossas vidas, está no filme (500) Days of Summer, dirigido por Marc Webb e tendo como estrelas principais Joseph Gordon-Levitt e Zooey Deschanel.

Logo no início do filme, podemos encontrar Tom Hansen (Joseph) como um azarado escritor de cartões comemorativos e um romântico sem esperanças. Ele nos é introduzido pelo narrador da história, que afirma com suas palavras “Esta é a história de um rapaz que conhece uma moça. O rapaz, Tom Hansen de Margate, Nova Jersey, cresceu acreditando que nunca seria feliz de verdade até o dia em que conhecesse a predestinada. Esta crença está associada a uma exposição precoce a música pop britânica triste e a uma total má interpretação do filme “A Primeira Noite de um Homem”. A garota, Summer Finn de Shinnecock, Michigan, não compartilha dessa crença. Desde o término do casamento de seus pais, ela só adorava duas coisas. A primeira, seus cabelos negros compridos. A segunda era como ela conseguia cortá-los facilmente e não sentir nada. Tom conheceu Summer no dia 8 de janeiro. Ele soube quase que imediatamente que era ela quem ele estava procurando. Esta é a história de um rapaz que conhece uma moça. Mas você tem que saber de antemão, que não é uma história de amor.”

Virei fã dos Smiths desde que conheci a música “The Boy With The Thorn In His Side” do album “The Queen Is Dead” e posso afirmar o quanto eles são melancólicos. Deixo a recomendação!

“And if a double-decker bus crashes into us, to die by your side is such a heavenly way to die... And if a ten-ton truck kills the both of us, to die by your side, well, the pleasure and the privilege is mine.”

E se um ônibus de dois andares batesse em nós, morrer ao seu lado seria um jeito divino de morrer... E se um caminhão de dez toneladas matasse a nós dois, morrer ao seu lado, bem, o prazer e o privilégio seriam meus.

There Is A Light That Never Goes Out” (The Smiths) – do album “The Queen Is Dead”

Escutei canções melancólicas cerca de uma vez por semana, em média (trezentas vezes no primeiro mês, e de vez em quando depois disso), desde os meus treze anos de idade. Como é que isso pode não deixar você magoado de alguma forma? Como é que isso pode não transformá-lo no tipo de pessoa passível de se quebrar em pedacinhos quando seu primeiro amor dá todo errado?

Deixo com vocês a pergunta: Eu ouvia música pop porque estava infeliz? Ou estava infeliz porque ouvia música pop?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Confira também:

2leep.com