Welcome to Lucid Dreams!

É possível viver a dois com alguém cuja coleção de discos, filmes ou livros é incompatível com a sua? As pessoas podem ter um gosto sofrível e ainda assim merecer que as conheçamos? As canções e os filmes e as histórias sobre dores-de-cotovelo, sofrimento e solidão estragam nossas vidas, se consumirmos em excesso? Aqui você conhecerá um pouco sobre o amor platônico no mundo da música, da poesia, e do cinema. Amores não correspondidos, desilusões amorosas e o escambal, nas palavras de artistas famosos que conquistam os nossos ouvidos a cada dia.

domingo, 12 de junho de 2011

Dia dos Namorados

Assim como em 14 de Fevereiro, 12 de Junho comemoramos também o Dia dos Namorados. Celebramos uniões amorosas entre casais trocando cartões e presentes - mas afinal, de onde vem a palavra “namoro”? Provavelmente há um meio termo de posses aí. Talvez apenas um rótulo? Não sei. Há pessoas que gostam da palavra e esse papo todo de “você é meu e eu sou seu”. Se você está com quem você ama, e este sente o mesmo pela sua pessoa, o rótulo pode caber a você. A não ser é claro, que não exista fidelidade. Aí é outra coisa.

Eu poderia muito bem escrever uma postagem sobre o quanto é ruim passar este dia sozinho, afinal, depois de ver o quão numeroso são as pessoas que reclamam a respeito deste dia, seria muito fácil escrever algo do tipo, mas não. Quer dizer, também estou passando o dia sozinho, fui flagrado com um olhar assustador ao olhar um twitter de horóscopos (@ApenasSignos) dizer: “#Touro: Você quer conversar e rir com ele (a) igual costumava antes, não é?” E tipo... Nossa, quer dizer, é a minha situação. Mãããs, vou reservar todo o sentimento frio e amargo da solidão para outro dia, não quero deprimir ninguém mais além de mim mesmo.

Hoje é o dia dos apaixonados, dos pombinhos, das flores e dos chocolates. Dos beijos calorosos que fazem esquecer a temperatura gelada do mês. Para alguns uma data especial, para outros um domingo solitário com a família. Confesso que assim como meus aniversários, nunca me dei bem em datas como esta. Houve apenas uma em especial que consigo me lembrar com clareza. Faz alguns anos. Se você está compromissado com alguém, aproveite este dia! Pode não se repetir tão cedo. Por mais que estejam a quilômetros de distância ou separados por uma barreira de desavenças, entendam-se. O dia é de vocês.

Entre acordes melosos e muitas letras significativas, esses casais se conhecerem e viveram histórias de amor com ótimas trilhas sonoras.

John Lennon & Yoko Ono

O casal, que se conheceu em 9 de Novembro de 1966, iniciaram apenas em 1968 um relacionamento amoroso. Após a separação de Lennon e Cynthia Powell, o caminho ficou aberto para Yoko. Ele a levara para gravações do Álbum Branco dos Beatles. O clima entre a banda já não estava dos melhores e a presença de Yoko elevou o clima pesado, pois Paul e George não a viam com bons olhos. Uma pressão causada não só pelos fãs mas também pela imprensa ao declarar Yoko “feia”, fez com que John declarasse a todos que ambos formavam uma pessoa só. Durante os últimos anos dos Beatles, tornaram-se inseparáveis. Apareceram juntos na gravação de Rock and Roll Circus dos Rolling Stones e protestaram juntos contra a guerra do Vietnã. No dia 20 de março de 1969, eles se casaram em Gilbratar e na lua de mel promoveram o famoso bed-in (protesto pacífico feito pelo casal).

Kurt Cobain e Courtney Love



Na discoteca Satyricon em Portland no dia 12 de Janeiro de 1990 foi quando tudo começou. Tanto Cobain quanto Love tinham bandas de rock underground. Love dava os sinais, mas Cobain era evasivo. No início de seu namoro, não ia aos encontros e ignorava os avanços de Love, pois não sabia se queria de fato viver um relacionamento.

“Eu estava determinado a ser um solteirão por alguns meses [...] Mas eu sabia que eu gostava tanto de Courtney imediatamente que era uma luta muito difícil ficar longe dela por tantos meses".

Courtney Love o viu pela primeira vez uma performance do Nirvana em 1989 em um show em Portland, Oregon; falaram brevemente após o show e Love desenvolveu uma paixão por ele. Casaram-se em 24 de Fevereiro de 1992, poucos dias após o termino da turnê do Nirvana no Pacífico. Foi uma cerimônia na praia de Waikiki, no Havaí. Ela usava um vestido de cetim e renda, já ele optou por um pijama verde, porque tinha sido “muito preguiçoso para vestir um smoking”. Em entrevista ao The Guardian, Love revelou a oposição ao casamento de várias pessoas: "Kim Gordon [do Sonic Youth] senta-se pra mim e diz: "Se você se casar com ele sua vida não vai acontecer, ele vai destruir a sua vida. Mas eu disse: "Seja como for, eu o amo, e quero estar com ele!... Não foi culpa dele. Ele não estava tentando fazer isso.". Semanas depois, Cobain disse que "nos últimos dois meses fiquei noivo e minha atitude mudou drasticamente", em entrevista à Sassy Magazine. "Eu não posso acreditar o quanto estou feliz. Às vezes até me esqueço que estou em uma banda, eu estou tão cego pelo amor. Eu sei que soa constrangedor, mas é verdade. Eu poderia desistir da banda agora mesmo. Não importa, mas estou sob contrato."

E que tal falarmos também do casal brasileiro mais famoso que já existiu? William Bonner e Fátima Bernardes? Não. Luciano Huck e Angélica? Também não. Mallu Magalhães e Marcelo Camelo? Não mesmo! Estou falando é de Eduardo e Mônica. Esses Eduardo e Mônica.


"Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão? Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar. Ficou deitado e viu que horas eram, enquanto Mônica tomava um conhaque no outro canto da cidade, como eles disseram. Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer e conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer. Um carinha do cursinho do Eduardo que disse "Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir". Festa estranha, com gente esquisita, "Eu não tô legal", não aguento mais birita" e a Mônica riu, e quis saber um pouco mais sobre o boyzinho que tentava impressionar. E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa "É quase duas, eu vou me ferrar". Eduardo e Mônica trocaram telefone, depois telefonaram e decidiram se encontrar. O Eduardo sugeriu uma lanchonete mas a Mônica queria ver o filme do Godard. Se encontraram então no parque da cidade, a Mônica de moto e o Eduardo de "camelo". O Eduardo achou estranho, e melhor não comentar mas a menina tinha tinta no cabelo. Eduardo e Mônica eram nada parecidos, ela era de Leão e ele tinha dezesseis. Ela fazia Medicina e falava alemão e ele ainda nas aulinhas de inglês. Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus, Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud. E o Eduardo gostava de novela, e jogava futebol-de-botão com seu avô. Ela falava coisas sobre o Planalto Central, também magia e meditação. E o Eduardo ainda tava no esquema: Escola, cinema, clube, televisão. E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente uma vontade de se ver. E os dois se encontravam todo dia e a vontade crescia, como tinha de ser. Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia, teatro, artesanato, e foram viajar. A Mônica explicava pro Eduardo coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar. Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer e decidiu trabalhar (não!). E ela se formou no mesmo mês que ele passou no vestibular. E os dois comemoraram juntos, e também brigaram juntos, muitas vezes depois. E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa, que nem feijão com arroz... Construíram uma casa há uns dois anos atrás, mais ou menos quando os gêmeos vieram. Batalharam grana, seguraram legal - a barra mais pesada que tiveram. Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília e a nossa amizade dá saudade no verão, só que nessas férias, não vão viajar porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação. E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?"

"Eduardo e Mônica" (Legião Urbana) - do álbum "Dois"

Feliz dia dos namorados!

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